O setor segurador é fundamental para minimizar as perdas causadas pela transição climática, mas no Brasil a ausência de grandes catástrofes naturais no passado fez com que o país se afastasse da indústria de modelagem de riscos. O alerta foi realizado pelo CEO da Guy Carpenter, Pedro Farme d’Amoed, no Fórum de Seguros Brasil – Reino Unido, promovido nesta semana, na embaixada brasileira, em Londres. Durante o evento, promovido pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e pela Associação Britânica de Seguros (ABI), executivos debateram os “Desafios Globais para o Mercado de Seguros”.
O executivo da Guy Carpenter ressaltou a urgência de garantir que a proteção chegue à população não segurada. D’Amoed também destacou que o governo pode atuar como um “comprador de seguros”, uma vez que o risco já está presente na balança, e o seguro é uma forma eficaz de mitigá-lo. “O lançamento de uma modelagem específica para o país é um primeiro passo, mas há necessidade de políticas públicas e de parcerias com governos para proteger comunidades vulneráveis”, disse a parlamentares, empresários e integrantes do Governo Federal dos dois países.
Na ocasião, o vice-presidente do IRB(Re), Daniel Castilho, acrescentou que “o Brasil nunca foi um país exposto a catástrofes e o pior erro que podemos fazer hoje é não fazer nada e vejo espaço para fazermos mais”.
Para o consultor do Lloyds de Londres, Sid Miller, o governo e o setor privado devem colaborar na troca de informações em um modelo integrado, pois isso traria benefícios significativos para a população. O que permitiria, conforme o executivo, que o governo investisse, as seguradoras entendessem o risco e balizassem os prêmios.
Em complemento ao tema, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, destacou que a transição climática é um grande desafio para o setor segurador, o qual não pode fugir desse risco. “Precisamos estudar, entender por que é uma grande oportunidade de negócio e um serviço para a comunidade para oferecer soluções para população enfrentar os riscos climáticos. O setor de seguros tem papel fundamental nessa matéria e não podemos nos furtar desse papel e a oportunidade que existe a partir dos riscos climáticos”, concluiu Oliveira.
O Fórum de Seguros Brasil-Reino Unido teve patrocínio da Ezze Seguros, Guy Carpenter e BMG Seguros.
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