Com o propósito de valorizar a produção literária de mulheres brasileiras, o Ministério da Cultura lançou o Prêmio Carolina Maria de Jesus de Literatura Produzida por Mulheres. Entre as 61 contempladas, está a gaúcha Jane Lucas, que além de escritora tem uma vida inteira dedicada à fazer o bem.
O livro A Cor Que Me Reparte, de Jane Lucas, foi selecionado entre outras 1.922 obras habilitadas no edital do MinC. Nele, a autora provoca uma reflexão sobre “a cor que nos reparte”. “É sobre a vida nas comunidades periféricas, com as suas dificuldades diárias de pobreza extrema. Uma herança que passa de pai para filho”, reflete.
Jane conhece de perto essa realidade — e faz a sua parte em um belo trabalho de transformação social. É a idealizadora da ONG Guerreiros dos Girassóis, que desde 2019 busca dar visibilidade à moradores de comunidades carentes. Mais do que assistência social, Jane e seu time de voluntários levam dignidade à quem mais precisa, promovendo ações de acesso à leitura, alfabetização e de resgate da autoestima.
A transformação vem, também, pelas palavras. Em seu livro premiado, Jane Lucas apresenta o “cotidiano que quando não mata o corpo, mata o espírito e assim as pessoas seguem em uma labuta diária de vida e morte”, revela a autora, que é também terapeuta sistêmica e atua, ainda, no mercado de seguros — é, aliás, a primeira vez que esse mercado tem uma vencedora de um prêmio literário dessa magnitude!
A Cor Que Me Reparte, revela a autora, foi escrito em homenagem à sua tataravó, Maria Generosa, negra e escravizada. Uma história que, assim como o nome de sua familiar, agora nos deixa uma Generosa contribuição à Literatura Nacional.