A inclusão das mulheres na confraria foi uma quebra de paradigmas e um marco histórico nas mais de sete décadas do Clube, que até a gestão do ex-reitor Oswaldo Mário Pêgo de Amorim Azevedo (2001/02), era formada somente por homens. Ele lembra que o assunto surgiu com a tentativa de inclusão de uma tradicional corretora de seguros, recusada pelos membros na época, alegando que o estatuto informal não permitia.
“Pesquisando o mercado, soube que o clube de Minas Gerais já possuía uma participante feminina como membro. Se Minas, um estado dos mais tradicionais do nosso país permitia, não fazia o menor sentido o Rio de Janeiro, o estado mais liberal, não aceitar mulheres, que já ocupavam posições importantes no mercado. Depois de várias discussões acatamos a entrada de associadas nas regras informais do nosso Clube”. E completa, “acho que a participação da mulher traz uma visão diferente e complementar às dos homens em relação aos assuntos de interesse do mercado, em especial aqueles ligados a ASG (Ambiental, Social e Governança), bastante em voga nos dias de hoje”.
A primeira diretora – Elas foram chegando, ainda em pequeno número, mas ganhando espaço como Maria da Glória Faria, consultora jurídica da CNseg, e primeira mulher diretora do Clube. “É para mim motivo de muito orgulho não só ter sido uma das pioneiras, mas, sobretudo, ter participado da gestão da entidade como primeira diretora eleita para o cargo. Os encontros nos jantares mensais são regados a boas conversas, reminiscências e novidades do dia a dia do mercado. Vale ressaltar que é o confrade Neival Freitas quem está à frente do movimento de integração das mulheres”, comenta Gloria, como é mais conhecida no mercado.
Tradição e inovação– Entre as novas integrantes da confraria, Liliane Guimarães, CEO da Lawmed Perícias Médicas, se sente honrada de fazer parte desse seleto grupo, cuja história e relevância são marcadas por grandes contribuições ao setor. “É uma entidade reconhecida no setor, que desempenha um papel significativo nesse processo de transformação. Embora sua origem esteja associada a uma confraria tradicional, o Clube tem demonstrado abertura e compromisso com a evolução e a inclusão de temas que refletem as demandas do mercado atual, como a promoção da diversidade e o fortalecimento da participação feminina no setor segurador. Isso evidencia a capacidade do grupo de se adaptar, alinhando-se aos valores contemporâneos de igualdade e inovação”, enfatiza Liliane.
Para Beatriz Herranz, diretora executiva da FenaPrevi, a honra ao receber o convite para ingressar no Clube ao longo do tempo foi se transformando também em gratidão, pela oportunidade de conviver com ilustres pessoas, que ajudaram, e continuam ajudando, a construir a história do mercado segurador e previdenciário. “Mais do que isso, que se importam e cuidam do futuro do setor, para que seja cada vez mais promissor”, fala Beatriz que ressalta ainda a capacidade do Clube de acompanhar a dinâmica da sociedade, se reinventando.
Já a associada Karini Madeira, superintendente técnica da CNseg, revela que é um orgulho fazer parte do Clube onde é possível unir experiências e talentos para enriquecer as discussões e decisões. “A presença de mulheres não apenas quebra estereótipos, mas também traz novas perspectivas e abordagens inovadoras para os desafios do mercado de seguros. Vamos celebrar e promover a igualdade, construindo um futuro onde todos tenham espaço para brilharem “, conclui.
Sobre o Clube da Bolinha do Rio de Janeiro
É uma confraria criada por membros do mercado segurador que se reúne mensalmente para trocar ideias, estreitar o networking e ter um momento de lazer. O Clube da Bolinha do Rio de Janeiro tem uma característica: não se tem notícia de um grupo de profissionais, que para preservar a memória setorial, reúne personalidades experientes há 71 anos.
Estão no comando da atual gestão: Anselmo de Abrantes Fortuna, (reitor); Jorge Carvalho (secretário) e Gilberto Villela, (tesoureiro).